segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Coração solitário

O que dizer quando o coração
sozinho está.
Carinho não vê,
um ninho, não encontra.
Entre a multidão,
passeia solitário.
Nem a lua lhe toca,
quando chega a noite.
Ainda que a esperança
lhe queira rugir nos sonhos,
o sino não soa.
Na música encontra companhia,
quando viaja nos pensamentos.
teclando nas notas da sua sinfonia.
Olha o céu desesperado,
o coração solitário.
Em espinhos caminha descalço,
criando juras para si.
Alimenta-se de seus próprios carinhos
e aguarda, de tudo isso, o fim.
Verena Venancio ( Piracicaba-SP - 17/09/05)

O que queria ser

Queria ser o vento
e voar rumo aos teus braços.
Ser o sol
e aquecer a tua solidão.
Ser o orvalho
e beijar os teus lábios.
Ser a brisa
e acarinhar teus cabelos.
Ser a estrela
e brilhar nos teus olhos.
Ser a lua
e iluminar as tuas noites.
Ser a lareira
e aquecer o teu inverno.
Ser a chuva
e te inundar de carinhos.
Ser a árvore
em que tu repousas.
Ser o pássaro
que te leva no pensamento.
Ser o tempo
para parar por você.
Verena Venancio (Rio Claro-SP- 24/09/02)

Plácido amor

Corre pelos rios do coração
despedaça grilhões
envolve multidões.
Suave, encantador,
renasce a alma humana
a vontade de viver.
Sua arma é a verdade,
seu encanto, a sinceridade.
Tem a doce magia
que seduz o ser enamorado.
Com olhos de fogo,
alcança corpos endurecidos
e os transforma em frágeis meninos.
Voa... voa pelos campos abertos,
a buscar alguém que sonhe,
alguém que ame,
alguém disposto a viver,
um plácido amor.
Verena Venancio (Piracicaba-SP - 16/04/06)

Quando o amor chegar

Quando o amor chegar
quero estar pronta pra receber
o carinho que tem pra me dar,
as delícias da vida que vem me trazer.
Quando os nossos olhares se cruzarem,
vou lhe abrir meu sincero coração.
Dedicar meu verdadeiro amor,
satisfazê-lo com a minha emoção.
Quando nossas mãos se tocarem,
nossos sentidos irão se fundir,
transmitirei, então, ao escolhido,
a sinceridade que há em mim.
Quando seus lábios eu beijar,
receberá ele o meu amor,
terá verdadeiramente o meu coração,
e na vida, será ele a minha razão.
Verena Venancio (Piracicaba-SP - 16/04/06)

Sem palavras

Uma folha em branco,
e eu, sem palavras.
Mil ideias na cabeça,
mas, sem palavras.
Aqui estou,
olhando pro nada.
Sentindo em mim
a frieza do nada.
Curtindo o tempo,
querendo encotrar,
palavras.
Tantos sentimentos,
porém, não há palavras.
E entre o nada
me confundo.
Querendo sair do abismo escuro
e encontrar as minhas
palavras.
Verena Venancio ( Piracicaba-SP - 10/05/05)

Culpada

Tua boca tem o sabor do pecado
o aroma do prazer,
que inebria meus sentidos,
capta os meus desejos.
Nesse instante sou toda emoção,
fragrância do amor
exalado de nossos poros,
manifestado no nosso olhar.
Você é todo eu,
eu, toda você.
Ardências que se fundem
numa só manifestação
da volúpia corrente
no encontro de nossos lábios,
cúmplices do desejo.
Amparados pela lei do amor,
desviamos nossa castidade
ao inferno corporal
do nosso insaciável manifesto
da paixão.
Se somos culpados, não o sabemos.
Mas somos inocentes.
Culpada é a sua boca
que ao se aproximar,
me faz esquecer que o chão
foi feito para pisar.
Verena Venancio ( Piracicaba-SP)

A fresquinha

Saudade que não se sente
é aquela que não existe.
Está longe do pensamento,
ama somente na superfície.
Um beijo que não se entrega,
não conhece o sabor da paixão.
Apenas roça outros lábios,
vive pra sua própria paixão.
Um carinho que não se completa
não arde no fogo do querer.
É intensamente egoísta,
não ama para não sofrer.
Verena Venancio (Piracicaba-SP - 24/02/07)