sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Repressos

Teus lábios são convite
ao vinho conjugal
já desmistificado.
Das ordens eclesiásticas
tão censurados.
Síntese de toda fagulha
que adentra
o véu do coração humano
e assopra o suco do desejo.
Exprime nas artérias
toda a ardência dos corpos
que se contorcem na ânsia
de se fundirem.
Nos desejos
já tão "repressos",
amarga a inutilidade do saciar-se,
evapora um aroma absinto
ressuscitando nos poros
a vontade da carne
que vem como fogo
e gelo no âmago humano,
destilando o veneno de Eros
e imergindo a pureza da criança.

Verena Venancio Piracicaba-SP 07/04/05

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Escrever um poema...

Escrever um poema
Não é tarefa árdua.
Basta papel e caneta,
sensibilidade inata.
Basta olhar o mundo
com olhos de criança,
ter o pensamento
vazado em temperança.
É só contar as estrelas
apontando-as com o dedo,
sem medo da verruga
tida como um defeito.

Para escrever um poema
não precisa estar apaixonado,
é só olhar para o amor
como um sentimento eternizado.
não é preciso morar
no castelo de um reino.
Na favela também tem
belezas num olhar moreno.
Crianças de pé no chão,
também servem de inspiração.
São fontes de ternura,
carinhos do coração.

Verena Venâncio (Clirc)